Realidade: “Mas só eu vou ficar sem celular!”
De fato, essa é uma preocupação compreensível, afinal o senso de pertencimento aos grupos é uma busca constante na formação dos jovens.
Ao propor 4 regras para melhor controle do uso de celulares - e menos telas digitais - por crianças e adolescentes, o psicólogo Jonathan Haidt, Doutor em Psicologia Social pela Universidade da Pensilvânia e autor do livro “A geração ansiosa” (da editora Companhia das Letras, lançado no Brasil em julho/2024), aborda os efeitos prejudiciais das telas na saúde mental e no desenvolvimento de jovens e adolescentes.
As regras sugeridas por Haidt são:
1) “Não usar smartphones com livre acesso à internet até os 14 anos”;
2) "Não acessar redes sociais até os 16 anos, por compreender que a puberdade é um período de maior vulnerabilidade na formação dos adolescentes”;
3) “Limitar o uso de smartphones nas escolas”;
4) “Estimular a independência, o brincar livre e responsabilidades da vida real, a exemplo do que ocorria na década de 1990”.
O psicólogo propõe que as regras sejam aplicadas por pais e escolas de forma ampla, e não pontual, tendo em vista que os impactos negativos provocados pelo uso excessivo das redes sociais têm se mostrado relevantes em crianças e adolescentes de países diversos. Insegurança, sensação de bem-estar diminuída, baixa autoestima e problemas de saúde mental têm sido algumas das consequências identificadas. Os comprometimentos são ainda mais marcantes na população feminina, que apresenta risco aumentado para desenvolver depressão associada ao uso das mídias sociais.
Diante do desafio que é tentar encontrar formas de preservar ou restaurar a saúde mental e emocional dos jovens, vale lembrar que como toda proposta de mudança em fase inicial, ações de pequenos grupos não são apenas necessárias, mas também parte de um processo que gradativamente pode ganhar força, relevância, e passar a ocupar espaços mais amplos e com menos resistências por parte da população. Além disso, também é fundamental lembrar que as 4 regras de Haidt são apenas uma das propostas em debate sobre como moderar o uso das tecnologias, ou seja, não representa um consenso de todos os especialistas da área.
E no seu contexto social e familiar, alguma medida para redução desses impactos já foi pensada e/ou implementada?
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